VI EDIÇÃO - 2014
Pequeno Grande Encontro de Teatro Para Crianças de Todas as Idades.
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EDIÇÃO ESPECIAL - 2013
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IV PGET - 2012
Pequeno Grande Encontro de Teatro Para Crianças de Todas as Idades.
A Cia. do Abração promoveu entre os dias 7 a 20 de outubro de 2014 o V Pequeno Grande Encontro de Teatro Para Crianças de Todas as Idades – Edição Latino Americana, patrocinado pela CAIXA, com a parceria do Teatro Guaíra. O evento é uma oportunidade de compartilhar a produção teatral de companhias curitibanas, nacionais e internacionais, direcionada ao público de todas as idades.
O Pequeno Grande Encontro de Teatro Para Crianças de Todas as Idades – Espaço para Mostrar, Refletir e Repensar o Teatro para Crianças, em sua proposta ampliada, agora na QUINTA EDIÇÃO, teve a finalidade de promover a qualidade artística desenvolvida pelos grupos teatrais que se dedicam ao fazer teatral dirigido a crianças de todas as idades, através de apresentações teatrais, palestras e mesas-redondas, propiciando um intercâmbio das pesquisas em novas dramaturgias dirigidas a este público.
O Auditório SALVADOR DE FERRANTE – GUAIRINHA abrigou entre os dias 07 a 19 de outubro de 2014, 24 apresentações de 09 espetáculos diferentes, de 08 companhias de: Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Argentina.
Naquele ano, O Pequeno Grande Encontro de Teatro Para Crianças abriu a sua programação para grupos latino-americanos, além de homenagear um dos ícones do Teatro para Infância e Juventude: Ilo Krugli, da Companhia Vento Forte, de São Paulo. Foram convidadas uma Companhia do Rio de Janeiro, quatro Companhias de Curitiba, uma Companhia Gaúcha e duas companhias latino americanas.
As outras atividades paralelas, como mesas-redondas e palestras aconteceram na sede da Cia. do Abração, em duas segundas-feiras, 13 e 20/10, complementando a programação deste evento.
RESUMO DOS ESPETÁCULOS DO FESTIVAL
O
FLAUTISTA DE RAMELIM – DIA 7/10, às 10h, às15h e às 20h
e DIA 08/10, às 10h e às 15:00h
Cia. do Abração, Curitiba/PR
Sinopse - Inspirada num dos contos mais populares da literatura
universal, a Cia. do Abração coloca em cena o espetáculo para crianças de todas
as idades “O Flautista de Ramelim”. A história é narrada, em forma de cordel,
numa barraquinha de feira no interior do nordeste brasileiro. Na nossa
história, Ramelim, uma pequena cidade do sertão nordestino, é infestada por
ratos. Após várias tentativas fracassadas, o prefeito Raimundo, pressionado
pelos cidadãos ramelinenses, contrata o flautista Joaquim para exterminar os
ratos. O espetáculo ressalta temas relacionados à Política e à Valorização do
Artista e da Criança na sociedade.
O
CAMINHO DOS GIRASSÓIS - DIA: 09/10, às 10h e às 15h
Cia. Pé no Palco, Curitiba/PR
Sinopse
- Flora e Gabriel estão crescendo. A coruja senhora dos sonhos e o
beija-flor mensageiro das inspirações celebram o dia-a-dia das crianças. O sol
gira e com ele a pressa e os compromissos: O corre-corre na família, hora pra
tudo na escola e uma cidade que cresce engolindo paisagens, casarões e seus
jardins.
As flores estão em perigo, mas as palavras mágicas
que foram plantadas pelas crianças junto com as sementes anunciam que o caminho
dos girassóis será preservado. A sabedoria dos jardineiros e os sonhos de Flora
e Gabriel anunciam um mundo melhor!
LOS
CÓMICOS DEL NOVECIENTOS - DIA: 10/10, 10h e às 15h
Grupo El Chonchón Córdoba/AR
Sinopse -“Los Cómicos del novecientos” é uma homenagem que o Grupo El Chon Chon faz aos comediantes
do cinema mudo. Personificado por bonecos de luva, Charles Chaplin, Buster
Keaton, Harold Lloys, Ben Turpin, Laurel e Hardy são alguns personagens que
aparecem fazendo das suas, em distintas pantomimas que compõem o
espetáculo. As cenas são musicadas com
melodias próprias do cinema mudo e a cena é branca, preta e cinza.
SACY
PERERÊ – A lenda da Meia Noite - DIAS: 11 e 12/10, sábado às 16h e domingo às
11h e às 16h
Teatro Lumbra, Porto Alegre/RS
Sinopse – Um aventureiro, em viagem com seu cavalo, é apanhado de surpresa pelo Sacy Pererê. O perneta faz
tantas diabruras que o homem cai e perde os sentidos. Acorda no dia seguinte
sem nada. Ao chegar a um vilarejo próximo encontra ajuda e consegue descobrir
quem era a criatura e como caçá-la. O homem caça o diabinho e prende-o em uma
garrafa, obrigando-o a devolver todos os pertences perdidos. Antes de seguir
viagem, por um descuido, o aventureiro solta o Sacy, que foge dando uma grande
gargalhada.
OS
FANTÁSTICOS EQUILIBRISTAS - DIA: 14/10, às 10h e às 15h
Cia. Regina Vogue, Curitiba/PR
Sinopse - "Afinal,
o que é equilíbrio?" Se você tem resposta para isso, te lanço uma outra: O
que você realmente quer ser quando crescer? Quantas respostas teremos ao longo
da grande aventura da vida...
HISTÓRIAS
DE BRINCAR - DIA: 15/10, às 10h, às 14h e às 15:30h
Cia.
Tupipererê, Curitiba/PR
Sinopse – O Musical faz alusão à memória da
infância. Numa caixa recheada de brinquedos e livros, contam e cantam histórias
que remetam ao tempo onde a criança era mais criança. Quando ela tinha tempo
para as rodas de pião, soltar pipa, cata-vento, e seu movimento era livre sem a
pressão da tecnologia dos dias de hoje. Brinquedos cantados, adivinhas,
parlendas, jogos de repetição ou acumulativos são o recheio da obra.
ARANHA
ARRANHA A JARRA A JARRA ARRANHA - O TRAVA LÍNGUA - DIA: 16/10, às 10h e às
15:00h
Cia. Pop de Teatro clássico, Rio de Janeiro/RJ
Sinopse
- A montagem de A ARANHA ARRANHA A
JARRA A JARRA ARRANHA O TRAVA-LÍNGUA segue estes princípios. Sendo os
trava-línguas uma parte extremamente rica da nossa cultura popular, a peça traz
histórias simples que são compreendidas por todos. Ao mesmo tempo em que chama
atenção para a riqueza da nossa língua, ampliando o vocabulário das crianças
pela alegre repetição que fazem dos trava-línguas, desenvolve sua imaginação,
através da mímica dos atores que são estimuladas a adivinhar.
CHAU
SEÑOR MIEDO - DIA: 17/10, às 10h, às 15h
El Grupo de Teatro Buenos Aires - Argentina
Sinopse - Carlos
e Graciela são dois irmãos. Uma noite, na hora de dormir, Graciela se assusta e
busca proteção em Carlos, que logicamente, já está dormindo. A partir deste
momento, Carlos, que em princípio se mostra valente tirando sarro pelas
bobeiras da sua irmã, começa também a sentir medo, a imaginar duendes e
fantasmas. Os dois tentam lutar contra o medo com diferentes e ineficientes
rituais, canções e contos que os leva a descobrir que estando juntos podem
imaginar histórias tão disparatadas que o medo se assusta e se vai.
A
BELA E A FERA - DIAS: 18 e 19/10, sábado às 16h e domingo às 11h e às 16h
Cia.
do Abração, Curitiba/PR
Sinopse - O espetáculo reconta o clássico,
através de uma trupe carnavalesca, enfatizando a pureza como possibilidade da
beleza.
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EDIÇÃO ESPECIAL - 2013
PEQUENO GRANDE ENCONTRO DE TEATRO PARA CRIANÇAS DE TODAS AS IDADES – EDIÇÃO ESPECIAL 2013
A Cia. do Abração promove entre os dias 9 a 13 de outubro o Pequeno Grande Encontro de Teatro Para Crianças de Todas as Idades. O evento é uma oportunidade de compartilhar a produção teatral da Cia. do Abração que, neste ano, comemora 12 anos dedicados à pesquisa do teatro para crianças.
As apresentações acontecerão na Sala Raul Cruz, na sede da Cia. do Abração e contará com 5 apresentações, de 05 espetáculos diferentes da: Companhia do Abração.
A diretora da Cia. do Abração Letícia Guimarães acrescenta que nesta edição especial de 2013, O Pequeno Grande Encontro de Teatro Para Crianças decidiu fazer uma Mostra do Repertório da Cia, com espetáculos que se tornaram referência de sua pesquisa.
Fabiana Ferreira, produtora cultural da Cia do Abração, comenta que o evento pretende voltar atenções ao teatro feito para crianças. “É uma oportunidade de propor a criação de um espaço, onde se possa mostrar, refletir e repensar esta linguagem, mantendo uma pesquisa contínua sobre este ramo do fazer teatral; disseminando novos pensadores, fazedores e pesquisadores sobre o teatro direcionado à criança, bem como para renovar e fortalecer a formação de plateia deste segmento”.
O evento também proporciona ao público de escolas o acesso a preço popular às apresentações. Neste aspecto, o teatro surge como fator de integração social, possibilitando às crianças, que muitas vezes nunca assistiram uma peça de teatro ou tem pouco acesso ao mesmo, um outro olhar ou até uma possibilidade de ver e rever a própria infância com mais sensibilidade.
Esta EDIÇÃO ESPECIAL 2013 é uma iniciativa privada da Cia. do Abração e conta com o apoio da ATINJ PARANÁ - Associação de Teatro para Infância e Juventude do Paraná e traz como público alvo crianças, artistas, arte-educadores, estudantes de teatro e pedagogos, que juntos refletirão sobre a necessidade de se pensar e produzir um teatro de qualidade para um público tão especial.
SOBRE OS ESPETÁCULOS DESTA EDIÇÃO
09/10, ÀS 14:30
Sobrevoar: Mostra Santos Dumont criança, na figura do menino Albertinho Dumundo. Ele é apresentado como um menino que vive numa dimensão de sonhos, onde os desafios e os obstáculos são vencidos após inúmeras tentativas, quedas e muita coragem para recomeçar e persistir para a realização de seu sonho de voar. Compartilhar todo o universo inventivo de suas tentativas e realizações aeronáuticas, enxergando Dumont como uma criança universal e atemporal, faz de suas quedas alavancas para alçar vôos mais altos.
10/10, ÀS 14:30
Estórias Brincantes de Muitas Mainhas: Nossos contadores de estórias, divertidos e ingênuos velhinhos se confundem, brincam e se emocionam com a pureza própria de uma criança. Movidos pelos sentimentos de saudades e lembranças, começam a falar sobre suas próprias mães e sobre as diferentes mães que conhecem. Neste clima de brincadeira e Faz-de-Conta, fazem abstrações imaginando que todas as coisas, isto é, objetos do cotidiano, elementos da natureza e seres elementais, também têm mães.
11/10, ÀS 14:30
Clarice Matou os Peixes: No palco, os personagens Clarão, Clarito e Esclarecida, três divertidos “clowns”, relacionam entre si quem seria o culpado pela morte de dois inocentes peixinhos. Na trajetória da trama, para defenderem-se da acusação, recontam a ligação afetiva que cada personagem teve com os seus animais de estimação. A peça Clarice Matou os Peixes levanta a questão da relação com os bichos de estimação e o grande tabu entre os espetáculos direcionados a crianças: como lidar com o sentimento da perda e com a morte.
12/10, ÀS 16:00
Sonho de Uma Noite de Verão: Quatro velhinhos, contadores de estórias, que neste momento se encontram a serviço do Sr. Milkshakespeare, utilizam-se de objetos para contar a estória dos encontros e desencontros de dois casais. Desta forma, brincando de faz-de-conta com simples objetos do cotidiano, captando o mundo da criança que naturalmente os utiliza para criar o seu próprio imaginário, nossos contadores pretendem reavivar nos adultos a maneira de ver o mundo com os olhos da criança.
O Trenzinho do Caipira: Sete personagens, de diferentes regiões do Brasil, recebem uma misteriosa carta de Villa Lobos, convidando-os para uma viagem de trem. Encontram-se, por obra do destino ou da carta que receberam, na estação de trem e constatam que acabam de perdê-lo. Este fato provoca uma instabilidade e um questionamento em cada um sobre o sentido de estarem ali. O sentido da viagem, o sentido do trem. O sentido da própria vida. Percebem suas necessidades e desejos comuns e decidem construir o seu próprio trem.
IV PGET - 2012
O Pequeno Grande Encontro de Teatro Para Crianças, agora na proposta ampliada de sua QUARTA EDIÇÃO, tem a finalidade de promover a qualidade artística desenvolvida pelos grupos teatrais que se dedicam ao fazer teatral dirigido a crianças de todas as idades, através de apresentações teatrais, palestras e mesas-redondas, propiciando um intercâmbio das pesquisas em novas dramaturgias dirigidas a este público.
O Auditório SALVADOR DE FERRANTE – GUAIRINHA abrigará entre os dias 09 a 21 de outubro de 2012, 24 apresentações de 10 espetáculos diferentes, de 09 companhias de: Curitiba, São Paulo, Porto Alegre e de cidades do Estado do Paraná.
Neste ano, O Pequeno Grande Encontro de Teatro Para Crianças abrirá inscrições para seleção de espetáculos de Companhias de cidades do Estado do Paraná, dentro da Mostra Estadual, enfatizando o intercâmbio cultural estadual.
As outras atividades paralelas, como palestras e mesas-redondas acontecerão na sede da Cia. do Abração, em duas segundas-feiras, complementando a programação deste evento.
Dentre a programação prevista, a mostra de espetáculos terá 75% de ingressos gratuitos e 25% de ingressos a preços populares, revertendo à população produtos culturais de qualidade. Além disto, dividir os resultados de pesquisa gratuitamente à população, através de palestras, mesa redonda, espaço de discussão via web e registro em áudio visual garante ao Pequeno Grande Encontro e seus incentivadores, sua vocação social.
Esta QUARTA EDIÇÃO tem o patrocínio da VOLVO, através da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Curitiba e da CAIXA.
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ESPETÁCULOS DESTA EDIÇÃO
Sinopse - “Estórias Brincantes de Muitos Paizinhos” é a valorização da diversidade cultural de uma terra/nação, e de cada um de nós, em particular, como resultado do encontro entre o semeador e a terra, o pai e a mãe. Uma viagem lúdica ao interior de nossa terra e de nós mesmos, através de histórias de Pais e Países. Uma brincadeira de encontros e amores com nossa identidade. E, a certeza de que ser pai é antes de tudo uma celebração da vida, do amor e do sagrado.
Classificação – Livre
Sobre a companhia: www.ciadoabracao.com.br
DIA: 10/10/12, quarta feira às 10h e às 15h
Cia. Tipos e Caras – Maringá/PR
Sinopse - “O menino que ganhou uma boneca” conta a história de Paulinho, um garoto que ganha de presente na sua festa de cinco anos, uma boneca. Ninguém sabe quem deu, O pacote estava misturado entre os outros presentes e ninguém assume a autoria. O garoto gosta da boneca, mas se vê numa situação constrangedora diante dos amiguinhos.
No decorrer do espetáculo, que é uma mistura de atores e fantoches, Paulinho passa a observar as situações do cotidiano e começa a levantar alguns questionamentos como: por que menino não pode brincar de boneca: E vai descobrindo que os brinquedos são um treinamento para a vida adulta e que a boneca é uma ferramenta para se exercitar a paternidade.
Classificação – Livre
Sobre a companhia:
DIA: 11/10/12, quinta feira às 10h e às 15h
Cia Malazartes – PR
Sinopse - Inspirada em texto original de Hans Christian Andersen, a montagem “A Roupa Nova do Rei” apresenta a história de um rei extravagante que adorava usar roupas novas. Todo o dinheiro dos abusivos impostos era usado para satisfazer sua cobiça por trajes requintados.
A história mostra com inteligência e sensibilidade a farsa cotidiana da hipocrisia social, pois todos na Corte do Rei dizem enxergar o tecido que, na verdade, não existe. É necessário uma criança com sua espontânea sinceridade para desmascarar toda a artimanha dos falsos tecelões.
Classificação – Livre
Sobre a companhia: www.malasartes.art.br
DIAS: 12/10/12, sexta feira, às 15h e dia 13/10/12, sábado, às 16h
Cia Lona de Retalhos – SP
Sinopse - Inspiradas nos personagens de Samuel Beckett, Chocolate e Batatinha, em um local aparentemente abandonado, esperam a chegada de uma terceira personagem: o Gordô. A platéia nessa espera torna-se cúmplice de todas as brincadeiras, surpresas e confusões vivenciadas em cena.
O público torce e se envolve com as personagens, e aos poucos vai se deparando com os conflitos entre a vontade e o dever, entre o certo e o errado, entre o ideal e a realidade, entre o ser criança e o ser adulto.
Esperando Gordô, revela conflitos dos relacionamentos através de duas personagens clownescas, o que o torna um espetáculo leve e divertido.
Faixa etária: de 03 a 12 anos
Sobre a companhia: www.cialonaderetalhos.com
Cia. La Factoría – Santiago/Chile
Sinopse - É a história de Martin, um jovem introvertido, amante de filmes, no qual se refugia e cria um mundo imaginário, como uma maneira de escapar do cerco de seus pares. O Teatro La Factoria, através do teatro físico, que desenvolve desde 2002, encena o espetáculo contando somente com gestos.
Classificação – Livre
DIA: 16/10/12, terça feira, às 10h, às 14h e às 15:30h
Cia do Abração – PR
Sinopse - O Dorminhoco, assim era chamado na escola, porque adorava sonhar. Por meio dos seus sonhos fantásticos, ele foi aprendendo a se conhecer melhor. Entre uma professora chata e colegas que cismam em implicar com ele, O Dorminhoco fala sobre seus sonhos fantásticos, a experiência do primeiro amor e a dificuldade de se relacionar na escola, por ser diferente da maioria dos alunos.
O espetáculo é inspirado no livro homônimo, de Cleo Busato.
Classificação – Livre
Sobre a companhia: www.ciadoabracao.com.br
DIA: 17/10/12, quarta feira às 10h, às 14h e às 15:30h
Cia Filhos da Lua – Pr
Sinopse - “A Menina é o Lampião” narra a difícil e divertida missão por qual passam dois atores; fazer a menina Mirandolina esquecer seus medos e dormir. Para vencer essa parada, eles contam com a ajuda preciosa de um velho lampião, que, por ter passado a vida escutando fábulas contadas sob a sua luz, tornou-se também um excelente contador e cantador de histórias.
Classificação – Livre
DIA: 18/10/12, quinta feira às 10h, às e às 15:00h
Cia. Triolé Cultural – Londrina/PR
Sinopse - A cantora Meire Valin, a atriz Fernanda Stein e o palhaço Gerson Bernardes reuniram-se para criar um passeio musical que reúne canções da tradição oral, criando um espetáculo direcionado para crianças de até dez anos de idade. Em um cenário com imagens especialmente criadas para essa faixa etária, que são projetadas em uma esfera inflável de 2,5m de diâmentro.
A plateia é convidada para participar da cantoria, soltar voz e a imaginação. “do Cururu ao Tororó” foi criado para crianças, mas certamente os adultos irão se deliciar com as músicas, relembrando momentos da infância com as canções.
Classificação – Livre
DIA: 19/10/12, sexta feira às 10h, e às 15h
ALBERTO, O MENINO QUE QUERIA VOAR
Companhia Karagozwk – PR
Sinopse – Um mecânico, amigo de Santos Dumont, conta a história deste homem ilustre . A incrível trajetória de descobertas aeronáuticas deste perseverante brasileiro que genialmente, desde menino, afirmava que “...O HOMEM PODE VOAR....”
Misturando linguagens de ator, teatro de sombras e música, leva o espectador de todas as idades, pais e filhos, para Paris em 1.900, em um palco cheio de imagens do teatro de sombras projetando as máquinas voadoras criadas por Alberto Santos Dumont.
Classificação – Livre
DIAS: 20/10/12, sábado às 16h e 21/10/12, domingo, às 11h e às 16h
HISTÓRIAS DA CARROCINHA
Caixa de Elefante Teatro de Bonecos – RS
Sinopse - O espetáculo, que se utiliza da técnica do boneco de luva, é uma homenagem ao mestre bonequeiro argentino Javier Villafañe e permeia o imaginário latino-americano em três histórias: O Trapaceiro Enganado, A Rua dos Fantasmas e O Vendedor de Balões. Histórias da Carrocinha é um espetáculo premiado que já percorreu importantes festivais na Europa, América do Norte e América do Sul.
Classificação – Livre
Sobre a companhia: www.caixadoelefante.com.br
III PGET - 2011
Como dizia o polonês Jerzy Grotowski, um dos mais importantes e emblemáticos encenadores do século XX, a vida já é um grande teatro, e a cada dia vestimos inúmeras máscaras, assim o teatro é o lugar onde devemos tirar todas as nossas faces artificiais e simplesmente sermos plenamente.
Foto: Isabelle Neri |
Ou seja, o tablado é um lugar sagrado, - não no sentido religioso cristão -, onde o ator precisa se desnudar, e ser o mais verdadeiro possível. A cada ano que passa é visível o desenvolvimento técnico e artístico do PEQUENO GRANDE ENCONTRO DE TEATRO PARA AS CRIANÇAS DE TODAS AS IDADES, realizado anualmente em Curitiba. Idealizado e produzido pela importante Cia do Abração, o encontro reafirma, a cada uma de suas edições, as qualidades do pensamento artístico vigente na filosofia de trabalho da Cia. Uma Cia que pesquisa, experimenta e vive intensamente a arte teatral.
Apesar de possuir características de um festival tradicional - um calendário diário de apresentações teatrais em um mesmo teatro e horário determinado -, o encaminhamento do encontro jamais passa por perto de uma junção comercial de bons espetáculos, com o intuito de entreter apenas a sua platéia. Cada um dos movimentos realizados pelo grande encontro é coberto de afeto, amizade, reflexão, posicionamento artístico, critério e postura de vidas. Participar deste momento é sempre algo muito especial e único, onde a Cia do Abração nos mostra os seus grandes princípios. O crescimento do encontro está sempre voltado para a excelência artística, e com o compromisso na formação das crianças e do ser humano de todas as idades.
A Carroça de Vento. Foto: Isabelle Neri |
O IIIº PEQUENO GRANDE ENCONTRO DE TEATRO PARA AS CRIANÇAS DE TODAS AS IDADES, dando continuidade a este posicionamento artístico-educaional-social agregou nesta edição conquistas preciosas: a apresentação dos espetáculos, neste ano, foram todas realizadas no histórico Teatro Guairá – um dos mais importantes palcos de nosso país, e precursor de grandes movimentos teatrais brasileiros. Não satisfeitos com esta grande conquista para o projeto, conseguiram também lotar o teatro durante todas as sessões, levando cerca de 15.000 crianças ao teatro, durante todo o encontro. E, diga-se de passagem, as crianças escolares apresentaram uma educação exemplar dentro da sala teatral, ajudadas também pelo prólogo inicial executado pela diretora da Cia do Abração Letícia Guimarães.
O primeiro espetáculo a se apresentar na terça-feira, dia 04/10 ás 15h, foi A Carroça de Vento do Teatro Filhos da Lua/Curitiba-PR, e este infelizmente eu não pude assistir, devido a um problema com o meu vôo no Rio de Janeiro, entretanto o trabalho certamente tem os seus méritos, visto que é produzido pelo Presidente da ABTB – Associação Brasileira de Teatro de Bonecos -, Renato Perré.
Clarice Matou os Peixes. Foto: Isabelle Neri |
O segundo a se apresentar na quarta-feira, dia 05/10 ás 15h, foi Clarice Matou os Peixes da Cia do Abração/Curitiba- PR. Clarice é a mais recente encenação da Cia, ou seja, acabou de ser aberta ao grande público para que fosse apreciada e apreendida. O Abração possui um método de trabalho bastante diferenciado, não preocupado com o resultado final imediato e sim com o processo do trabalho, e todo o crescimento que este terá ao longo de sua carreira, no intercâmbio entre os atores, os elementos técnicos e o público. Para eles o conceito que mais se adéqua é o de obra aberta, que aos poucos – ou aos muitos – as peças do quebra-cabeças vão se ajustando e criando composições harmônicas, que servem com precisão ao grande jogo de dados que é a própria vida. A vida como um jogo de erros, do acaso, das coincidências, dos encontros, dos desencontros. A vida que pulsa, que é energia pura. Dentro desse modus operandi devemos também – os críticos e o público - apurar e refinar o nosso olhar para trabalhos desenvolvidos nesta linha conceitual. A história de Clarice é uma livre inspiração nas obras A Mulher que Matou os peixes e A Vida íntima de Laura de Clarice Lispector, entre várias outras influências que acompanham a Cia nestes anos de muita labuta. Devido ao fato que este é o mais recente projeto da Cia, ele ainda está azeitando as suas engrenagens e testando os novos jogos propostos pelo processo de trabalho: atores que nunca trabalharam juntos, um ator de outra nacionalidade, uma dramaturgia mais cartesiana, uma interpretação frontal e novos códigos experimentados. O peculiar nisso tudo é que para a platéia isso não representa uma quebra na qualidade, e sim são questões mais percebidas por um público especializado, como nós artistas e críticos, mas para o público fica um gostinho de estranhamento no ar, o que para Brecht – o encenador alemão Bertold Brecht, o mais importante de toda a história do teatro mundial -, isso representa algo de muito importante na concepção cênica de uma obra teatral. Ressaltado isso, é preciso apenas que a Cia reveja na concepção do espetáculo o setor de iluminação, que apresenta erros técnicos graves em sua criação, chegando ao ponto de termos três refletores elipsoidais que não iluminam nada na estante onde deveríamos ver aquários e peixes. Com certeza o tempo irá dar o(s) formato(s) ideal (is) buscado(s) pela tão competente Cia.
Um Mundo Debaixo do Meu Chapéu. Foto: Isabelle Neri |
O terceiro trabalho apresentado na quinta-feira, dia 06/10 ás 10h e 15h, foi Um Mundo Debaixo do Meu Chapéu da mesma Cia do Abração, este trabalho já apresenta resultados certamente bem diferentes do anterior. Explorando o preto e branco, o claro e o escuro, a estética do cinema mudo – gags, pantomimas, mímicas, bufonaria, comédia Dell`arte...-, e fazendo uma merecida homenagem ao grande mestre Charles Chaplin, através dos filmes Luzes da Ribalta, O Grande Ditador, Tempos Modernos, entre outros. Neste projeto, já amadurecido pelo tempo e pelo seu jogo cênico mais harmônico, podemos ver com minúcias o refinamento e a poesia no trabalho da Cia. Os três atores que vivem três contraregras fazem um jogo muito rico, onde cada um deles é “escada” de diversos números cinematográficos. Sem falar na ambientação que nos leva a todo o tempo para um set da sétima arte.
A Fabulosa Redonda Flor. Foto: Isabelle Neri |
O quarto trabalho apresentado na sexta-feira, dia 07/10 ás 15h, foi A Fabulosa Redonda Flor da Cia Yepocá/Belo Horizonte- MG, que possui um delicado trabalho de confecção de bonecos em papel e origami, mas esbarra em uma manipulação inconsistente, e com alguns conceitos divergentes na encenação total. O espetáculo tem uma trama muito interessante sobre a diferença de ser redondo em um mundo quadrado. Para contar essa história, a primeira parte do espetáculo é bastante satisfatória, ainda que exista também alguns problemas graves com a atuação da atriz/manipuladora. Ela exibe uma atuação bastante exagerada em gestos, tom de voz, e princípios antiquados do teatro para a infância e juventude; acontecendo o mesmo em alguns momentos da peça, com uma linguagem tatibitati, e quando é solicitada a participação da criança nas fatídicas perguntas: foi por ali? Ou foi por aqui? Por ali ou por aqui? Apesar disso, é possível observar a seriedade e capricho da produção. Com ajustes o espetáculo tem tudo para ser bom.
El Titiritero. Foto: Isabelle Neri |
O quinto trabalho apresentado no sábado, dia 08/10 ás 16h, foi El Titiritero, uma das mais gratas surpresas do IIIº encontro. Idealizado pela Bululu Thèatre/Buenos Aires- Argentina apresentou para o público uma singela e ao mesmo tempo refinada e sofisticada história de animação, uma encenação onde podíamos mergulhar na alma do ator e de suas criações. Utilizando uma linguagem de metateatro, foi possível termos aceso a uma grande parte dos bastidores de um teatro de títeres, desde quando o boneco é apenas um pedaço de madeira, um objeto, um ser inanimado até que seja animado, e se transforme diante de nossos olhos em diversos seres com personalidades diversas e muitas idiossincrasias. Outro ponto alto da apresentação foi que a mesa foi feita toda em espanhol/castelhano, e isso não impediu que as 500 crianças presentes na platéia entendessem tudo o que foi realizado em cena. Foi realmente um momento mágico e hipnótico. Um verdadeiro encontro do artista com o seu público. O espetáculo foi pleno, como diz Peter Brook; o teatro é a arte do encontro, e foi possível comprovarmos isso com o El Titiritero.
Um Rio que Vem de Longe. Foto: Isabelle Neri |
O sexto e último trabalho apresentado no domingo, dia 09/10 ás 16h, foi Um Rio que Vem de Longe da Cia Vento Forte- SP. Um espetáculo que traz a assinatura de um dos artistas mais importantes de nosso país na área da infância e juventude: Ilo Krugli. Ilo foi o responsável em revolucionar o teatro infantil brasileiro com a antológica montagem de Histórias de Lenços e Ventos em 1974, no MAM/ RJ - Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, onde permaneceu um ano em cartaz. Um Rio que Vem de Longe apresenta em sua encenação todos os conceitos trabalhados pelo Vento Forte nestes 37 anos de estrada: panos e lenços para contar a história, significação e re-significação, canto, música ao vivo, artes plásticas, poesia, teatro mambembe e irreverência.
Tenho certeza que no próximo ano, o IVº encontro será ainda mais promissor, e certamente irá apresentar grandes evoluções no panorama teatral da cidade de Curitiba. É um verdadeiro privilégio para o Paraná sediar a Cia do Abração, e ter um pequeno grande encontro tão importante e fundamental como esse. Que venham muitos encontros ainda, durante muitos anos. Afinal é ou não é o teatro, a verdadeira arte do encontro?
Oficina - Workshop com o Grupo Yepocá
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Por Valmir Santos
As três semanas de convívio com a produção teatral para crianças nos puseram em contato com artistas cujos trabalhos desconhecíamos ou só tínhamos notícias das criações para adultos (Edson Bueno, Fátima Ortiz). Em todos, com maior ou menor grau, ficam patentes a vocação para a pesquisa, a preocupação ao expressar forma e conteúdo, o prenúncio de linguagem que, a rigor, vingará ou naufragará na proporção da devoção e da coragem para o mergulho e a continuidade. Respostas para as quais o tempo é implacável.
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Oficina - Workshop com o Grupo Yepocá
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II PGET 2010
A terceira e última semana do 2º Pequeno Grande Encontro de Teatro para Crianças de Todas as Idades tangenciou as linguagens do circo e da animação. Nos espetáculos Memórias do palhaço Amoroso, da Companhia Pé no Palco, e Circo s/a, da Companhia dos Palhaços, os títulos já explicitam a remissão ao universo contido entre a lona e o picadeiro. Ambos trilham caminhos distintos. Contrastam uma criação de forte apelo visual, a primeira, com outra mais despojada, a segunda, sendo seus resultados subversivos aos pressupostos. Surpresa, a terceira montagem da semana, pela Companhia Manoel Kobachuk, injetou uma nostalgia à maneira da mirada artística do cineasta Federico Fellini. Cativa a presença em cena de um veterano da cultura de animação de objetos e bonecos, lá se vão mais de 30 anos, um homem que firma um diálogo cristalino com o espectador sem angustiar-se pela busca de efeito. Vamos passear, pois, por esses processos sem sugerir valoração dos mesmos. E lembrando que também foi reprisada a apresentação de Sobrevoar, da Companhia do Abração, montagem sobre a qual comentamos na semana passada.
Em Memórias do palhaço Amoroso, a Pé no Palco - companhia com bagagem de 25 anos de artes cênicas - ergue uma produção de fôlego para os padrões do teatro infantil. A equipe de criação, por exemplo, conforma mais de três dezenas de artistas. O principal elemento cenográfico é a tela ao fundo, uma plataforma estruturada no plano médio para receber projeções em vídeo ou servir de transparência para as figuras oníricas que pululam na jornada do protagonista em busca de seu amigo. O texto e a direção, ambos assinados por Fátima Ortiz, acenam para a arte irmã do circo como pretexto e deixa a desejar quanto à essência presumida.
A figura central do palhaço, como o interpretado por Pedro Bonacin, não se sustenta apenas com o nariz vermelho, o figurino e os adereços típicos. Sentimos falta do carisma, do timming, da gestualidade, do olhar dolente a contrariar o sorriso largo, da sapiência popular que essa máscara universal denota em suas particularidades. As presenças dele, do amigo que o mobiliza (por Daniel Kleiber) e da namorada (por Maíra Lour) são pontos demarcados de uma encenação hiperbólica em suas cores, luzes, projeções. Daí nosso alívio visual quando Amoroso finalmente reencontra o amigo no que parece uma ilha sem a poluição de informações. As canções compostas por Rosy Greca e cantadas em playback tampouco aliviam a distância endossada ainda pelas referências ao videogame, à internet, à motocicleta, recursos que soam como desvios daquilo que a peça pede ao espectador, desejosa de que ele não se esqueça de “regar as sementes essenciais” na vida. O espetáculo carece editar esses elementos todos, plasmar o que a palavra já enuncia poeticamente. Quando o aporte material excede, dá saudades da menor grandeza, escala que a Pé no Palco conhece como poucos.
Em Circo s/a, a Companhia dos Palhaços captura o espírito do clown, aquele que o teatro contemporâneo borra com mais frequência entre o dramático, o gesto, a ação física, o número circense, a coreografia, a linguagem do cinema (Chaplin e Buster Keaton à frente), e por aí vai. Essa elaboração surge como latência na dupla Rafael Barreiros e Milene Dias, ou simplesmente Alípio e Sombrinha. Eles emanam potencial para aprofundar uma linguagem que pede interfaces.
De volta ao espetáculo, de título infeliz, aliás – Circo s/a sinaliza algo de oportunismo econômico -, Barreiros e Dias vão à cena com um roteiro mínimo com boa margem para o improviso, sustentam o enigma do que virá a cada número após o terceiro sinal. Eles quebram a quarta parede, optam por poucos elementos que sacam de uma espécie de empanada. O roteiro espelha a condição humana em suas tentativas e erros, a gangorra da vitória e do fracasso espreita cada um dos jogos propostos.
A capacidade de Barreiro e Dias de interagir com inventividade e prover sutilezas lembra o trabalho da dupla do Grupo La Mínima, de São Paulo, leia-se Domingos Montagner e Fernando Sampaio. A dupla curitibana da Companhia dos Palhaços também fez parceria com a Parabolé Educação e Cultura em Palmas pra que te quero, apresentada na segunda semana do Pequeno Grande Encontro. Circo s/a contrapões justo a teatralidade mínima que faltou em Palmas pra que te quero, que tem tudo para avançar em sua simbiose pertinente à música e às brincadeiras de mão.
Em Surpresa, transborda o encantamento por ver um ator veterano em cena com tanta verdade e convicção na defesa das pequenas histórias que surgem das caixas coloridas. Constrói um mundo sem truques, por assim dizer, em que tudo é revelado com o tempo estendido para perscrutar o mistério, o oculto, o prazer do primeiro contato das crianças com o admirável mundo novo que lhe é apresentado. Ainda que parte da plateia mirim já reflita a ansiedade dos pais ou responsáveis da sociedade em que vivem, certa impaciência que a Manoel não falta. A cada boneco ou mundo mimetizado (o circo, o castelo assombrado, o quintal, a bailarina), despontam fios de breves enredos encadeados um ao outro. Apesar da companheira de cena, Neiva Figueiredo, exibir um registro mais duro no tato com os bonecos e maquetes, Manoel Kobachuk e seus bonecos fundem a relação criador e criaturas, um cosmo paralelo e peculiar acessado por espíritos livres e leves, independente do peso da existência.
Balanço
As três semanas de convívio com a produção teatral para crianças nos puseram em contato com artistas cujos trabalhos desconhecíamos ou só tínhamos notícias das criações para adultos (Edson Bueno, Fátima Ortiz). Em todos, com maior ou menor grau, ficam patentes a vocação para a pesquisa, a preocupação ao expressar forma e conteúdo, o prenúncio de linguagem que, a rigor, vingará ou naufragará na proporção da devoção e da coragem para o mergulho e a continuidade. Respostas para as quais o tempo é implacável.
A segunda edição do Pequeno Grande Encontro acena para articulações em termos de políticas públicas. A presença do crítico Ricardo Schöpke, vindo do Rio de Janeiro, representante da Rede Nacional de Teatro Infantil, a RENATIN, dá conta do esforço em endossá-la por meio de uma sucursal paranaense. Para tanto, grupos, artistas, arte-educadores, produtores e pesquisadores já estariam se encontrando periodicamente, como ficou claro nas rodas que aconteceram em três manhãs de segundas-feiras na sede da Companhia do Abração.
A mobilização é legítima, ecoa o que já ocorre em outras praças do País, vide a organização do Teatro de Rua e do Circo por um lugar sob o sol das artes cênicas. Intuímos que a iniciativa será mais profícua quando estabelecer ponte com o Movimento de Teatro de Grupo que já está em curso em Curitiba. E vice-versa. Cito um exemplo. A luta dos núcleos de São Paulo em torno do Programa Municipal de Fomento ao Teatro – a Lei de Fomento que vigora desde 2002 e fruto de ativismo do Movimento Arte contra a Barbárie havia quatro anos, assembleias, corpo a coro com vereadores e secretarias, ocupação de galerias, etc -, enfim, essa luta não dissociou teatro para adultos e teatro para crianças. Sobrevento, Paidéia, Companhia do Feijão, Circo Mínimo e outros coletivos que transitam pelas duas vertentes contracenam com seus pares sem distinção de voz, relevando-se as diferenças estéticas, conceituais, ideológicas. O cisma não ajuda nenhuma das partes na hora de sentar para conversar e demonstrar representatividade diante de secretários de Cultura, vereadores, deputados ou senadores afeitos à causa da cultura. (Isso para não dizer do fundamental intercâmbio de concepções artísticas que raramente se dá). Superar idiossincrasias é que são elas. Ou a fratura é tão traumática que não comporta identificar o que é comum?
No plano da organização do Pequeno Grande Encontro, este é um território que também tem tudo para convergir à autonomia dos núcleos, tantas foram as vozes que acolheu. Vimos interlocuções, olho no olho e abertura para crítica e autocrítica nas presenças de Regina Vogue, Manoel Kobachuk, Fátima Ortiz, Renato Perré, Letícia Guimarães, gente que tem mais estrada e mostram-se abertos às gerações que vieram depois, com o talento e o ímpeto construtor de Nélio Spréa, Maurício Vogue, Fabiana Ferreira, Milene Dias e Rafael Barreiros, entre outros.
Reafirmamos a importância de o encontro ser abraçado por outros núcleos que não só a companhia idealizadora e realizadora de proa. No arquivo do blog do evento, vimos que a primeira edição, em 2009, já trazia mais espetáculos da Abração do que seus pares locais. O desequilíbrio na programação, que suscita conflito de interesse, foi repetido este ano com espetáculos do repertório abrindo e fechando o evento sob justificativa da insuficiência financeira que implicou o próprio cachê à metade. Apesar do discurso em direção ao outro, conclamando os criadores às rodas matinais em sua sede, às bandeiras coletivas, a prática não sincroniza. Faria muito bem ao Pequeno Grande Encontro descentralizar-se radicalmente, por mais que a Abração lhe seja precursora e proponente, um protagonismo notável que agora, talvez, necessita ser delegado ao coro do qual faz parte a ajudou a crescer e ser visto. É o que intuímos a partir da vivência e da escuta desses dias.
· * O jornalista e pesquisador de teatro Valmir Santos acompanhou o II Pequeno Grande Encontro de Teatro para Crianças de Todas as Idades a convite da organização.
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