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Por quê nos encontramos?

Hoje, chegamos ao terceiro e lindo dia do 7ª Pequeno Grande Encontro. Muito movimento, desencontros também, mas muita, muita vontade e coragem pra levar nosso ideal adiante.
Eis que, após um dia longo e intenso de trabalho/missão, não consigo dormir por causa das buzinas e berros daqueles que se expressam num pavio curto, num mundo paralelo o qual penso, as vezes, não fazer parte.
Enquanto o mundo está em outro mundo, tudo gira em torno de específicos interesses de poder, penso: é possível nos encontramos, de verdade?
Os desencontros são cada vez mais recorrentes e comuns, o caos e o processo acelerado de adquirirmos resultados fazem parte do nosso natural.
Até mesmo a nossa importante missão de levar teatro as crianças de todas as idades corre riscos diários de se afetar pela cinzenta e densa nuvem de pó que paira sobre o nosso país e sobre o planeta...
Mas, particularmente, o sentido da natureza desse festival aparece com muita clareza em reais PEQUENOS E GRANDES ENCONTROS do dia-a-dia, como o momento de levar as crianças com necessidades especiais até as poltronas, o momento de acalmar um menino que chora porque não entende a loucura desse mundo desordenado, e ainda, aqueles 5 segundos em que o espetáculo inicia e meus olhos enchem de lágrimas, e também, ver a linda conclusão do espetáculo que meus abraçados amigos atuam e ver esse mesmo espetáculo encher os olhos de lágrimas de pessoas queridas que nos encontram por aí...
Os pequenos grandes encontros acontecem a todo instante, porém, precisamos estarmos abertos para percebê-los e olhá-los com a poesia e sensibilidade que só conquistamos com o tempo...
Assim é no nosso cotidiano, e a arte é capaz de refletirmos a nossa própria existência e ações no mundo. Mas entre um tempo e outro, nos perdemos e... nos desencontramos, de nós mesmos, dos outros, do mundo.
Ah, o tempo, esse tal de tempo que ninguém sabe quem inventou, mas que tem suas origens nas necessidades de controlar e especificar determinadas fatias do dia. O tempo passa e os encontros continuam a nos surpreender.
Mas viva o teatro! Viva os encontros do ser humano com o ser humano!
Quer ser louco sim para melhorar as minhas ações no mundo, assim como Sebastião do sábio Manoel de Barros:

SEBASTIÃO

Todos eram iguais perante a lua
Menos só Sebastião, mas era diz-que louco daí pra fora
- Jacaré no seco anda? - preguntava.

Meu amigo Sebastião
Um pouco louco
Corria divinamente de jacaré. Rinha um
Que era de sela dele sementes
E estranhava as pessoas.

Naquele Jacaré ele apostava corrida com qualquer peixe
Que esse Sebastião era ordinário!

Desencostado da terra
Sebastião
Meu amigo
Um pouco louco.

LEVE HOJE UMA CRIANÇA AO TEATRO, 
MESMO QUE SEJA A SUA...


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